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sábado, 12 de dezembro de 2009

Eles não tinha avião


Quando minha mãe estava para entrar em trabalho de parto, o imperador romano César Augusto promulgou um decreto que obrigava todas as famílias a realizarem um recenseamento em suas respectivas terras natal. No caso, ela teria que ir juntamente com José, até então, seu noivo, para Belém. Viajar de Nazaré a Belém, sem avião, significava percorrer 120 quilômetros pelo caminho direto ou escolher a rota mais longa pelo vale do Jordão, de 160 quilômetros. De qualquer modo, uma viagem certamente penosa. Eles devem ter levado ao menos cinco dias para chegar. Mas isso não era nada para minha mãe que enfrentou tudo e todos para me assumir, com apenas 15 anos de idade. Ela sabia por que eu viria.
Quando chegaram a Belém a única preocupação era achar um quarto. Mas, "não havia lugar para eles na hospedaria"! As estalagens estavam superlotadas e era inútil esperar que algum dos proeminentes da cidade viesse lhes oferecer abrigo. Não é difícil imaginar a angústia de mamãe, sabendo que estava para dar à luz a qualquer momento e não tinha um espaço para ficar.
O único jeito foi encontrar abrigo em um estábulo de gado. Foi ali que nasci, num tabuleiro no qual se depositava comida para os animais, chamado Manjedoura. Fui envolto em faixas para que ficasse aquecido e meus movimentos fossem reduzidos.
Assim que eu nasci uma estrela no céu brilhou forte e alguns sábios, que já esperavam por mim sabiam que era a estrela que teriam que seguir. Eles não tinham GPS. Como o caminho certamente era longo e difícil, eles somente chegaram a Israel algum tempo depois do meu nascimento. Por isso eles não encontraram a gente na manjedoura, mas numa casa: "E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra"(Mat 2:10). Vocês não imaginam como eles chegaram ansiosos dessa viagem. Queriam me conhecer logo. Eles sabiam por que eu viria.
Realmente o meu nascimento foi um fato historio muito importante, por isso é comemorado até hoje. Alguns festejam no dia 25 de dezembro outros em outubro. Isso não importa o que importa é que eu vim para trazer vida e vida em abundância. Vim para dar liberdade aos oprimidos. Vim para trazer salvação a todo aquele que crê. Vim para dar amor e consolar aos que choram. Vim para te fazer vitorioso. Como? Amando-te. Onde? Em toda parte. Inclusive dentro do avião onde você fica tão ocupado e nem percebe que posso ser um dos seus clientes. Aquele que espera ver um sorriso seu, um gesto de carinho e atenção. Ah! Mas você anda aborrecido, sem auto-estima, sem entusiasmo? Taí o NATAL. Uma ótima data para você rever seus conceitos.
Natal significa NASCIMENTO, mesmo para os que já estão grandinhos. É hora de nascer de novo, de deixar as coisas velhas para trás e de fazer tudo novo. É hora de renascer para novos horizontes, novos ideais. É hora de reconstruir relacionamentos dilacerados. É hora de amar de novo. É hora de perdoar. É hora de por alegria em cada gesto. É hora de sorrir. É hora de admirar as pequenas coisas. Troquem presentes sim, gratos porque um dia eu vim.