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sábado, 20 de fevereiro de 2010

no ônibus

Tararararararararannn Tarararan Tararan

– Alô (interrompendo o tema "Pour Elise" do toque de um celular)

– Oi amor, já estou no ônibus, mas tá um trânsito na marginal. Você vai à sauna?

– Vê se não chega tarde, fala pra tua mãe que assim que eu chegar, eu vou buscar a roupa, que ela lavou pra mim.

“Vou te ensinar vender caki, cabou caki vc vai embora” (desta vez é um funk pesado que toca).

– E aí cara (atende um comissário carioca), vai sujarrrr a parada, fui acionado e só volto na terrrrrrça.

– Pô, vamossssss pegar uma onda na quarrrrta, eu te ligo assim que chegarrrrrrr. Pô curte a parada aí por mim, foi mal. Abraço manero aí.

Nessas alturas os vidros do ônibus já estavam embaçados e o trânsito tinha progredido alguns metros.

– Que horas é a sua apresentação? – Uma comissária para outra.

– Aos 45 e a sua?

– A minha aos 30. Ai, menina, e esse trânsito que não anda !!!

– Vou ligar para escala. Tu, ti, tu, tu, tu, tu, ti.

– Está ocupado, pra variar.

– O que você vai fazer em Paris?

– Ah, vou dormir, depois vou ao Carrefour.

– Você não vai na IKea?

– Nem sei. Acho que não estou precisando de nada, mas...

Pu, pin, pun, (sofisticado esse toque)

– Oi, (esse não pode ser identificado, mas é menino)

– Já estou com saudades. Posso te ligar, de novo, assim que eu chegar no D.O.?

– Não vai abusar na balada, heim? Hum, tô de olho em você.

– A gente pode se ver quando eu voltar?

– Quero beijar muuuuuuiiiitttooo.

– Hahaha, bobinho.

– Te ligo daqui a pouco, já estou quase chegando em Guarulhos.
“I kissed a girl, I liked ...” (toque bem despojado).
_ PQP , meu! parece que só tem eu pra voar. Eu tinha que ser acionada logo hoje. Não queria perder a Skol Beats por nada amanhã. Mas também pudera viu, essa escala eu num sei, Meu, se liga, eu não acredito que vou voar, carambaaaaaaaa.,

O ônibus estava praticamente lotado, mas as conversas paralelas eram bem definidas. Acho melhor dormir um pouquinho antes que eu fique sabendo da vida de todo mundo. É um perigoooooooo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

BYONCE


Os portões iriam abrir as 15 horas. Pesquisei antes pela internet para saber qual o melhor lugar para se deixar o carro estacionado, porque dizem que estacionamentos perto do estádio são caríssimos e perigosos. Shopping D eD, melhor opção R$ 20,00 para o carro e R$10,00 de traslado até o estádio. Ótima escolha, antes porém, bati uma macarronada no Spoleto. (HUm to fazendo muito merchand). 15 horas a van saiu já lotada e fomos nós em busca do portão 6. Não pegamos muita fila, mas tinha gente ali desde o dia anterior. Escolhemos um lugar na arquibancada azul. Distante do palco, mas com boa visibilidade. O sol era incompreensível, mas os ambulantes não paravam de oferecer capa de chuva. E a galera só fazendo OLA. Achei que fosse derreter. Bem dispersas haviam pequenas nuvens e que sem perceber foram se juntando. Até que lá pelas 17 horas o céu desceu. A princípio até aplaudiram a chuvinha que começou pra aliviar o calor, mas ninguém esperava o dilúvio. Era água, raio, e até gelo. Não tinha fim e nós ficamos firmes na rocha. Eu pensava: vai passar, vai passar, vai passar. A estas alturas a galera sumiu das arquibancadas. Foram se esconder dos raios. Eu junte a mochila embaixo do meu pé na tentaiva de protegê-la, até a ensaquei. Contudo, eu não percebi que uma bica de água descia entre as cadeiras e simplesmente encheu minha mochila. Quando vi celular, máquina fotográfica, carteira, bolacha, tudo boiando, mas eu estava ali firme e forte. Tudo pra ver a Diva. Não tardou muito a chuva parou e os reparos no palco vieram. Os telões cairam, o tablado cheio de poças de água, mas ninguém desistiu. Tudo pronto novamente as 19h40, uma voz baiana insulta os ânimos e a vibração é gigantesca. Ivete entra no palco e escorrega logo de cara, mas levantou poeira e mandou ver. Ä minha sorte grande foi você cair do céu, minha paixão verdadeira"... O Morumbi a essas alturas já se transformara num mar de gente. Eu nunca tinha visto aquilo. Pulamos muito e espantamos o frio que sentíamos com as roupas molhadas. Torci minha meia várias vezes. 22 horas o céu já estava estrelado como que esperando a estrela mor, que se aproximou do palco montada em um Aldi branco (olha o merchand). A galera vibrou numa sintonia flutuante. BYONCEEEEEEEEE gritavam. E ela ficou embasbacada com tanta gente : "I had no idea"... dizia ela. Até cobria os olhos dos holofotes para ver o estadio despencando de gente. Se sentiu muito amada e se soltou. QUE SHOWWWWWW. E olha que eu já tinha assistido o mesmo show em Paris. Mas a emoção lá não chegou nem aos pés do que foi no Morumbi. Halo ela repetiu umas três vezes como quem dissesse eu não quero ir embora. Foi digno de uma diva. BOm, Puts your hands up e não perca outra oportunidade dessa. Vale a penaaaaaaaaa.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Psicose (Parte V)

Sexta-feria. Noite chuvosa. Trânsito parado. Um clima tenso pairava no ar. Uma moça de crachá acompanhada de uma idosa entra no aeroporto de Congonhas, passo-anti-passo, toc,toc,toc e a senhorinha ao seu lado, mal podia acompanhá-la. Elas tentam se aproximar do Check in, Keu estava abarrotado de gente. Gente em pé, gente sentada, gente comendo, gente fumando, gente correndo, gente falando,gente, gente, gente.
A moça observa todos os movimentos ao seu redor e as batidas do seu coração aumentam, tum-dum,tum-dum, tum-dum. Elas estão chegando perto do Check in, aliás, elas já estão muito perto. Timidamente a moça esconde seu crachá para conseguir se aproximar um pouco mais; até kue, de repente o mal kue ela temia lhe sobreveio. Um olhar fulminante bateu sobre o seu crachá e akuele olhar como kue a hipnotizando foi lhe trazendo mais perto, mais perto. Ela estava com medo, com muito medo, mas não podia falar isso para a sua vozinha. A chuva lá fora tinha aumentado muito. Ela apertou a mão de sua avó e as duas ficaram ali estáticas sem nenhuma manifestação esperando o golpe, a facada kue psicoticamente estava vindo em direção a elas. Hi,hi,hi,hi. A mão da moça suava, mas ela tinha kue suportar e então como num suspiro ela se libertou dakuela tensão e foi enfrentar a fera, kue já estava em sua frente como kue espumando.
- “Tá tudo lotado hoje”, disse.
-“Moço nós estamos desde a uma hora da tarde tentando embarcar. Já fomos pra Guarulhos e mandaram a gente pra cá, dizendo kue por akui dava”.
-“É, mas num dá mesmo”.
-“Pois eu vou esperar”, respondeu firmemente a moça.
Faltava ainda três horas para a decolagem do vôo desejado por elas, a vozinha kueria voltar pra sua casa no interior do Paraná, então ela começou a se sentir mal.
“-Calma minha avó, nós vamos conseguir”, afirmou a moça.
Tudo parecia estar perdido, kuando de repente veio uma luz, parecia ser uma fada em meio akuele turbilhão, uma mocinha, aliás uma Super Moça veio lhes salvar das garras dakuela fera.
“-Podem relaxar, o vôo está trankuilo e sua vozinha vai conseguir embarcar”.
E assim, felizmente, terminou mais um episódio da série Pscicose.