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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Quando uma aeromoça fica capenga

Não. Isso não. Cadê o glamour?
Depois de 16 anos de voo, o corpo começa a reclamar. As pernas já não respondem a tantos... agacha pega a bandeja e levanta. Agacha, pega a bandeja e levanta. Agacha, pega a bandeja e levanta. Acabou? Não. Agora volta pega a bandeja, agacha e levanta. Pega a bandeja agacha e levanta. Pega a bandeja, agacha e levanta. Ufa! Foram mais ou menos 150 movimentos repetidos em pouco tempo para a aterrizagem. Sem contar, que nesse meio tempo a chamada "tim" toca mais umas 150 vezes e lá vai você:
- Pois não senhor.
- Uma água.
- Ah sim, já lhe trago.
Aí você chega já com dois copos na bandeja porque certamente a pessoa ao lado também vai querer. Quase acerta, porque na verdade ela quer Coca. E lá vai você toc, toc, toc, com seu sapatinho e toc, toc, toc, volta com a Coca.
Tive a curiosidade de saber quantos passos eu daria em um voo de 2h30, de Buenos Aires pra São Paulo. Liguei o pedômetro quando saí do hotel argentino e desliguei quando cheguei no meu carro, que estava no estacionamento em Guarulhos. Foram 8344 passos. Ou seja, 5,86 quilômetros . Agora pensa num voo de 12 horas? Sério, nossa sapatilha de bordo fica com a sola desgastada de tanto esfregar no carpet. Pra se ter uma ideia de dois meses pra cá eu caminhei 125 km. Então, to capenga? Sim. Apareceram um monte de tendinites no glúteo médio, glúteo mínimo e se tivesse glúteo grande teria também. É isso, agora, tratar.


Aeromoça na copa